Ala de Hemodinâmica de Sinop é a salvação para infartados de todo o Norte de Mato Grosso
Na noite de domingo (9), o ex-secretário de Saúde de Mato Grosso, Mauri Rodrigues de Lima, teve um princípio de infarto. Em poucos instantes ele foi socorrido, encaminhado para o Hospital Santo Antônio e passou pelo procedimento necessário para aquela situação. A pronta resposta, nesses casos, é a diferença entre a vida, a morte ou uma vida com sequelas.
Se Mauri tivesse infartado um ano atrás, seu socorro não seria a 3 quilômetros da sua casa e sim a 500 quilômetros. Ele teria que ser removido para Cuiabá. Precisaria de muito mais recursos e uma boa dose de sorte para escapar ileso.
A estrutura que salvou Mauri salva cerca de 60 pessoas por mês em todo o Norte de Mato Grosso. A Ala de Hemodinâmica do Hospital Santo Antônio é especializada no tratamento e diagnóstico de doenças cardíacas, vasculares e neurológicas. São 7 médicos, sendo 5 profissionais de São Paulo, responsáveis pela implantação. A equipe conta com 5 médicos cardiologistas especialistas em hemodinâmica intervencionista, um cirurgião vascular intervencionista e um neurocirurgião intervencionista. A Ala de Hemodinâmica entrou em operação no início de 2015. São realizados cerca de 60 a 100 procedimentos por mês.
O centro de hemodinâmica é o único da região da fazer cateterismo, com angioplastia. O procedimento que desobstrui os vasos sanguíneos é o socorro para pessoas vítimas de infarto ou derrames. “Antes do Centro de Hemodinâmica entrar em operação, um paciente que tivesse um AVC, um derrame ou um aneurisma precisava ser conduzido as pressas para Cuiabá. E para o coração, que é um músculo, tempo é vida. Quanto mais tempo o paciente passar sem ter a irrigação no músculo cardíaco, maiores são as chances de ter uma sequela”, revela o cardiologista intervencionista que opera na ala, Luciano Falchine.
O “coração” da ala é a máquina de hemodinâmica. Segundo Luciano, o equipamento que custa cerca de R$ 1,5 milhão é o primeiro aparelho do tipo montado no Brasil. É através dele que o médico vê o paciente por dentro. O equipamento gera imagens tão precisas que possibilita ao especialista desobstruir um pequeno vaso do coração que esteja bloqueado, fazendo uma leve incisão no pulso. “Através de uma sonda instalada na veia radial (do braço), vamos até o coração do paciente e identificamos a artéria que está bloqueada e liberamos o fluxo sanguíneo. Um procedimento que leva 4 minutos, com anestesia local no braço e o mínimo de invasão ao paciente. O procedimento é feito em um dia e o paciente recebe alta no outro”, explica o cardiologista.
A ala conta com especialistas suficientes para manter a disponibilidade de atendimento 24 horas por dia. Procedimento que exige total atenção do médico que se guia pelas imagens do aparelho para entrar nos vasos sanguíneos do paciente. Tudo isso sem o coração parar de bater.
Esse “fino” serviço da medicina moderna poderia estar disponível para pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde). Ironicamente, o processo de homologação passou pelas mãos de Mauri Rodrigues de Lima quando era secretario estadual de Saúde, que preferiu não pactuar um convênio extra com o Estado, afim de suplementar os valores pagos pelo Ministério da Saúde. Hoje a Ala de Hemodinâmica faz uma nova tentativa para o credenciamento do serviço junto ao Estado. A expectativa é de que até o final do ano a Ala tenha um percentual dos seus serviços destinado para pacientes do SUS.
Pago ou público, o importante é que Sinop conta com essa estrutura que é determinante na hora de salvar uma vida.
Fonte: Jamerson Miléski
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