2015/05/22

Indígenas de MT cobram pedágio em rodovia e atiram flechas em veículos

Veículos que não param para pagar pedágio são flechados por índios. (Foto: Ailton Antônio da Silva/ PRF)Manifestantes exigem até R$ 50 de motoristas em trecho da BR-174.
Eles cobram instalação 

Veículos que não param são flechados por índios.
(Foto: Ailton Antônio da Silva/ PRF)
Cerca de 200 índios da etnia Nhambiquara cobram pedágio em trecho da BR-174, entre os municípios de Comodoro e Pontes e Lacerda, a 677 e 483 km de Cuiabá, nesta sexta-feira (22). Eles dificultam a passagem com cones e tocos e os motoristas que tentam passar têm os veículos atingidos por flechas, e cobram R$ 25 para o tráfego de carros de passeio e R$ 50 para ônibus e caminhões.
Segundo a Fundação Nacional do Índio (Funai), os indígenas cobram o cascalhamento de uma estrada de acesso às comunidades indígenas da região, instalação de energia elétrica em todo a área indígena, além da liberação para a construção de uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH), no Rio Juína, que fica nos limites das terra indígena dos povos Nhambiquara, a fim de receberem indenização da empresa responsável pela obra.

No mês passado, os índios dessas comunidades bloquearam esse mesmo trecho e pararam de cobrar pedágio depois que a Funai prometeu dar andamento às reivindicações deles no prazo de 30 dias, a contar do dia 23. Porém, segundo a instituição, era impossível atender toda a demanda nesse período.
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Manifestantes param veículos e cobram R$ 25 de carros pequenos e R$ 50 de veículos de grande porte. (Foto: Ailton Antônio da Silva/PRF)Manifestantes param veículos para cobrar pedágio. (Foto: Ailton Antônio da Silva/PRF)
Por meio de nota, a Funai informou que todas as reivindicações apresentadas pelos indígenas vem sendo discutidas e que providências já estão sendo tomadas. O cascalhamento, por exemplo, não pode ser feito devido às chuvas, de acordo com o órgão. Já a energia deve ser instalada pela concessionária de energia do estado. "Parte das aldeias já tem energia elétrica e a outra parte aguarda pelo cronograma, que segundo a empresa de energia, responsável pelo serviço, já está sendo executado", diz trecho do documento.
Eles cobram R$ 25 de carros pequenos e R$ 50 de caminhões. (Foto: Assessoria/ PRF-MT)Eles cobram R$ 25 de carros pequenos e R$ 50 de
caminhões. (Foto: Assessoria/ PRF-MT)
Quando à apresentação do Plano Básico Ambiental, com análise da Funai, para a construção da PCH, a Funai disse aguardar documentos que devem ser enviados pela empresa que irá executar a obra.
O bloqueio é monitorado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Na rodovia tem homens, mulheres e até crianças. De acordo com a PRF, os bloqueios são feitos em horário comercial, de 6h às 18h. Os índios usam placas de 'pare' e 'siga' para sinalizar e deixam que um veículo por vez passe pela via.
A polícia informou que os motoristas que recusam pagar o pedágio são vítimas de atos violentos por parte dos índios, que lançam flechas e quebram os vidros dos veículos. Segundo a PRF, cerca de 40 boletins de ocorrência já foram registrados pelos motoristas e encaminhados para o Ministério Público Federal.

O coordenador da Fundação Nacional do Índio em Cuiabá informou que a unidade está fazendo o possível para solucionar os pedidos de melhoria que a etnia cobra. “Tivemos uma reunião com os índios e algumas coisas que cobram não é com a Funai. Uma das coisas que podemos solucionar é a melhoria das estradas, mas não de um dia para outro”, explicou.de energia e cascalhamento de estrada.

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