A 'garganta de ouro' do Brasil, José Rico, foi sepultada, há pouco, em Americana (SP), onde viveu os últimos anos, com a esposa, Berenice e casal de filhas
gêmas (15 anos). O caixão foi carregado da câmara até um caminhão bombeiro por jogadores de um time de futebol que Zé Rico torcia e por integrantes de sua banda. A cidade tem luto oficial de 3 dias. Milionário e familiares tiveram dificuldades para chegar ao túmulo porque havia milhares de pessoas no cemitério. No velório, estiveram mais de 15 mil pessoas.
Vozes marcantes da música sertaneja (e de milhares de fãs) estão embargadas, desde ontem, quando o cantor e compositor faleceu, em decorrência de infarto. Astros da música sertaneja foram ao velório dar adeus ao mestre, mito, ícone. Leonardo resumiu o sentimento dos consagrados cantores. "Cantor com volume de voz igual ao José Rico, eu acho que, por 50 anos, não vai aparecer. Era perfeito no grave, no médio e no agudo”.
Milionário, amigo e parceiro por 45 anos, esteve no velório ontem à noite e por várias vezes chorou. Hoje, ele retornou para se despedir do 'Zum' -como Zé Rico chamava muitas pessoas e era chamado-. Novamente não conteve a emoção.
Milionário, assim como integrantes da banda e familiares, estão chocados com a morte repentina do principal líder da dupla. Desde janeiro, a saúde de Zé Rico não estava boa. "Foi feita angioplastia. Posteriormente, houve problema renal que era leve e depois foi grave", contou, ontem à noite, o empresário da dupla e amigo Andre Martins. "Na quarta-feira ele estava bem, na quinta já não estava", explicou, no programa do Ratinho (SBT). Domingo em Osasco, no último show, queixou-se de dores no joelho e na perna. Profissional exemplar, não parou o show. Cantou algumas músicas sentado. Na segunda pela manhã foi ao hospital e logo encaminhado para UTI. Ontem, no início da tarde, o coração do mito parou.
Aos 68 anos, Zé Rico parte para a eternidade no auge de sua vitoriosa e consagrada carreira. Deixa os palcos como exemplo de profissional e ser humano. "O Zé estava cheio de planos. Isso me machuca muito. Convivemos muito nos momentos ruins e bons", concluiu o empresário.
Homem de muita fé em Deus, devoto de Nossa Senhora Aparecida, José Rico viveu e morreu 'seguindo' o roteiro que eternizou no maior sucesso que compôs: Estrada da Vida: Nesta longa estrada da vida Vou correndo e não posso parar Na esperança de ser campeão Alcançando o primeiro lugar / Mas o tempo cercou minha estrada E o cansaço me dominou Minhas vistas se escureceram E o final da corrida chegou / Este é o exemplo da vida Para quem não quer compreender Nós devemos ser o que somos Ter aquilo que bem merecer Nós devemos ser o que somos Ter aquilo que bem merecer .
Trecho da música que Zé Rico compôs para homenagear Ayrton Senna, quando morreu, também pode ser usado hoje para sua despedida: "O mundo parou, o herói tombou, para sempre. Deixou a certeza, de uma missão cumprida. Se transferiu dessa vida, nos cobriu de saudades, e foi morar com DEUS".
Mato Grosso foi um dos Estados eternizados em muitas canções da dupla Milionário e José Rico. Anualmente, eles se apresentavam em dezenas de cidades mato-grossenses. Em abril, cantariam em Cuiabá. Em Sorriso e na capital, em setembro do ano passado, estão os últimos shows feitos no Estado.
Em instantes, mais detalhes
(Atualizada às 11:18hs - fotos: Marcos Bezerra/Futura Press - Caio Duran/EGO - Mario Angelo/Sigma press)
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