2015/02/24

Bloqueios em rodovias podem afetar venda de leite de cooperativa de MT

Cooperativa entrega 30 mil l de leite por dia para Cuiabá e Várzea Grande.
Laticínio capta leite de 800 cooperados, mas estoque já está cheio.Caminhoneiros bloqueiam 10 trechos de três rodovias federais em Mato Grosso (Foto: Assessoria/ PRF-MT)Caminhoneiros bloqueiam 10 trechos de três

rodovias federais em Mato Grosso.
(Foto: Assessoria/ PRF-MT)
O laticínio de uma cooperativa em Jaciara já sente os reflexos do bloqueio dos caminhoneiros nas rodovias BR-163 e BR-364 de Mato Grosso e suspendeu a industrialização de 105 mil litros de leite nesta terça-feira (24). A venda de leite em saquinho e de bebida láctea da indústria é feita para Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis, Minas Gerais e Goiás.
Um dos caminhões com leite industrializado chegou a Cuiabá e Várzea Grande com a carga no domingo (22) e conseguiu passar pelos protestos na BR-364 no km 397 na capital porque estava transportando produtos perecíveis. No entanto, o motorista do caminhão não conseguiu retornar para Jaciara com o veículo, porque este estava vazio e foi parado pelo bloqueio. Segundo o diretor-presidente do laticínio, Sebastião Reis, o caminhão está em uma garagem em Várzea Grande. Juntos, Cuiabá e Várzea Grande consomem 30 mil litros de leite em saquinho por dia.
A dificuldade em transitar nas rodovias também ocorre na coleta de leite nas propriedades dos produtores rurais cooperados, que foi feita pela última vez hoje. Cerca de 800 produtores rurais da região Sul do Estado são cooperados à indústria e entregam o leite para industrialização. “Nossos depósitos já estão cheios, não temos mais como armazenar leite nas câmaras refrigeradas”, afirma Reis.

Outros dois caminhões da cooperativa estão presos nos bloqueios de Minas Gerais e Goiás, de acordo com o diretor-presidente.
Os saquinhos de leite são transportados em veículos refrigerados e têm a validade de até quatro dias a partir da data de industrialização. “Como o produto é perecível, precisa de transporte rápido quando busca no campo ou quando leva para a venda”, diz.
Reis comenta que, por enquanto, não contabiliza o prejuízo da empresa, mas que não tem alternativas para transportar os produtos lácteos, já que enfrenta problemas para transportar os produtos para Cuiabá e para fora do Estado. “Se não posso comercializar, não posso produzir”, destaca.
Bloqueios
Nesta terça-feira (24) a Polícia Rodoviária Federal informou que são dez pontos de bloqueio nas rodovias BR-163 e BR-364 em Mato Grosso: Rondonópolis (BR- 364, no km 196), Cuiabá (BR-364, no km 397), Diamantino (BR-163, no km 588), Nova Mutum (BR-163, no km 593), Diamantino (BR-163, no km 614), Lucas do Rio Verde (BR-163, no km 686), Sorriso (BR-163, no km 745), Sinop (BR-163, no km 845) e Primavera do Leste (BR-070, no km 274 e 285).
Os organizadores do protesto reivindicam diminuição da alíquota do ICMS cobrado sobre o óleo diesel em Mato Grosso, de 17% para 12%, e pedem que a tabela usada pela Secretaria de Fazenda (Sefaz) para cálculo de impostos seja usada também para determinar os preços mínimos do frete.
Também estão entre os pedidos a prorrogação das parcelas de empresas e motoristas que financiaram a compra de caminhões pelo BNDES (Finame) e a sanção sem vetos do Projeto de Lei 4246/2012, que altera a Lei 12.619/12 e regulamenta a profissão de motorista profissional. O projeto de lei foi aprovado pela Câmara dos Deputados na semana passada e agora aguarda sanção da presidente Dilma Rousseff.
Segundo a Associação dos Transportadores de Cargas de Mato Grosso (ATC), a redução do valor pago pelo frete entre a safra 2013/14 e a safra 2014/15 foi de aproximadamente 25%.

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