Segundo promotora, duas famílias indicadas preferiram não abrigar garoto.
Justiça deu nova chance para pai manter a guarda e buscar reconciliação.
Velório do menino de 11 anos comoveu em Três Passos (Foto: Cristiane Luza/Jornal Folha do Noroeste)
Encontrado morto em um matagal no interior de Frederico Westphalen, no Norte do Rio Grande do Sul,
o menino Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, havia pedido em janeiro
passado para morar com outra família por causa da falta de afeto em
casa, diz o Ministério Público (MPE).
A informação é da promotora da Infância e Juventude de Três Passos, Dinamárcia Maciel. No final do ano passado, ela instaurou um procedimento investigativo contra o pai de Bernardo, Leandro Boldrini. O médico foi preso junto com Graciele Ugolini Boldrini, a madrasta, e Edelvania Wirganovicz, amiga do casal, sob suspeita de serem os autores da morte.
Bernardo estava desaparecido desde o dia 4 de abril. Segundo a Polícia Civil, ele foi morto com uma injeção letal, o que ainda deverá ser confirmado pelo laudo. Graciele e Leandro Boldrini, que têm uma filha juntos,de 1 ano e 1 mês, moravam em Três Passos, no Noroeste, junto com o garoto. A mãe biológica dele cometeu suicídio em 2010, aos 30 anos, diz a Polícia Civil.
"Ele estava em situação de negligência afetiva pelo abandono familiar, mas garantiu que jamais sofreu agressões físicas”, explicou Dinamárcia. Segundo a promotora, em entrevista em janeiro do ano passado, o garoto pediu para se mudar. “Pedi então que ele indicasse duas pessoas que ele queria morar. O Bernardo apresentou duas famílias, mas elas não compareceram. Alegaram que não queriam se incomodar e se envolver”, acrescentou.
Devido à falta de opções, a avó de Bernardo, que reside em Santa Maria, na Região Central do estado, se ofereceu para ter a guarda provisória do menino. No entanto, o pai foi chamado pela promotora e se mostrou muito interessado em restabelecer o vínculo com o filho. “Ele estava aparentemente interessado e o menino concordou. Como o pai não tinha antecedentes criminais, naquele momento, tendo em vista essa preferência pela família biológica, o juiz autorizou uma experiência”, detalhou a promotora.
Dinamárcia ressaltou que a postura adotada ao permitir a manutenção da guarda pelo pai é de praxe. “Considerando que não havia em nenhum momento, desde novembro, quando tivemos conhecimento do caso,de notícias de agressões físicas, nos pareceu por consenso do próprio Bernardo que haveria uma oportunidade do pai resgatar o sentimento com o filho. Não dá pra trabalhar com o imprevisível. Mas dentro de um bom senso da legalidade, se fez o que faria em qualquer caso”, afirmou.
Velório marcado por comoção
O corpo de Bernardo foi velado entre a manhã e a tarde desta terça (15), no ginásio do Colégio Ipiranga, onde ele estudava, em Três Passos. A cerimônia foi marcada pela comoção de moradores do município de cerca de 24 mil habitantes.
O suposto distanciamento entre Bernardo e o pai também foi destacado por famílias que conheciam o garoto. As buscas por Bernardo, que ficou desparecido durante 10 dias já haviam mobilizado a comunidade escolar. "Procuramos incansavelmente. Estamos frustrados", comentou a psicóloga do colégio, Denise Helena Escher.
A escola divulgou uma nota lamentando a "cruel morte" de Bernardo e decretou luto oficial de três dias. "O Colégio Ipiranga chora com o partir de seu aluno. O teu sorriso viverá no coração de cada um de nós que aqui estamos chocados com a forma que partiste. Bernardo, que Deus te guarde e que vivas no amor de todos os colegas e professores que rezaram e ainda rezam por ti", diz o texto.
Por volta de 15h, o corpo começou a ser deslocado para Santa Maria, na Região Central do estado, onde residem familiares de Bernardo. No município, ocorrerá um novo velório na Capela do Hospital de Caridade. Na manhã de quarta (15), ele será enterrado no Cemitério Ecumênico Municipal de Santa Maria, ao lado do túmulo da mãe. O sepultamento deve começar às 10h.
Caso corre em segredo de Justiça
A investigação corre em segredo de Justiça e poucos detalhes são fornecidos à imprensa. Em entrevista coletiva, a delegada Caroline Virginia Bamberg, responsável pelo caso, disse que a amiga do casal relatou à polícia onde o corpo de Bernardo estava enterrado.
A Polícia Civil disse ter certeza do envolvimento do pai, da madrasta e da amiga da mulher no sumiço do menino. “Precisamos identificar o que cada um fez para a condenação", afirmou aos jornalistas. Os três estão presos preventivamente por 30 dias em local não revelado por medida de segurança.
O menino foi morto com uma injeção letal, segundo a Polícia Civil, o que ainda deverá ser confirmado pelo laudo. O corpo do garoto passará por perícia, já que foi encontrado em estado de decomposição.
De acordo com a família, Bernardo havia sido visto pela última vez às 18h do dia 4 de abril, quando ia dormir na casa de um amigo, que ficava a duas quadras de distância da residência da família. No domingo (6), o pai do menino disse que foi até a casa do amigo, mas foi comunicado que o filho não estava lá e nem havia chegado nos dias anteriores.
No início da tarde do dia 4 de abril, a madrasta foi multada por excesso de velocidade. A infração foi registrada na ERS-472, em um trecho entre os municípios de Tenente Portela e Palmitinho. A mulher trafegava a 117 km/h e seguia em direção a Frederico Westphalen. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) disse que a mulher estava acompanhada do menino.
“O menino estava no banco de trás do carro e não parecia ameaçado ou assustado. Já a mulher estava calma, muito calma, mesmo depois de ser multada”, relatou o sargento Carlos Vanderlei da Veiga da PRF. A madrasta informou que ia a Frederico Westphalen comprar um televisor.
A informação é da promotora da Infância e Juventude de Três Passos, Dinamárcia Maciel. No final do ano passado, ela instaurou um procedimento investigativo contra o pai de Bernardo, Leandro Boldrini. O médico foi preso junto com Graciele Ugolini Boldrini, a madrasta, e Edelvania Wirganovicz, amiga do casal, sob suspeita de serem os autores da morte.
Bernardo estava desaparecido desde o dia 4 de abril. Segundo a Polícia Civil, ele foi morto com uma injeção letal, o que ainda deverá ser confirmado pelo laudo. Graciele e Leandro Boldrini, que têm uma filha juntos,de 1 ano e 1 mês, moravam em Três Passos, no Noroeste, junto com o garoto. A mãe biológica dele cometeu suicídio em 2010, aos 30 anos, diz a Polícia Civil.
"Ele estava em situação de negligência afetiva pelo abandono familiar, mas garantiu que jamais sofreu agressões físicas”, explicou Dinamárcia. Segundo a promotora, em entrevista em janeiro do ano passado, o garoto pediu para se mudar. “Pedi então que ele indicasse duas pessoas que ele queria morar. O Bernardo apresentou duas famílias, mas elas não compareceram. Alegaram que não queriam se incomodar e se envolver”, acrescentou.
Devido à falta de opções, a avó de Bernardo, que reside em Santa Maria, na Região Central do estado, se ofereceu para ter a guarda provisória do menino. No entanto, o pai foi chamado pela promotora e se mostrou muito interessado em restabelecer o vínculo com o filho. “Ele estava aparentemente interessado e o menino concordou. Como o pai não tinha antecedentes criminais, naquele momento, tendo em vista essa preferência pela família biológica, o juiz autorizou uma experiência”, detalhou a promotora.
Dinamárcia ressaltou que a postura adotada ao permitir a manutenção da guarda pelo pai é de praxe. “Considerando que não havia em nenhum momento, desde novembro, quando tivemos conhecimento do caso,de notícias de agressões físicas, nos pareceu por consenso do próprio Bernardo que haveria uma oportunidade do pai resgatar o sentimento com o filho. Não dá pra trabalhar com o imprevisível. Mas dentro de um bom senso da legalidade, se fez o que faria em qualquer caso”, afirmou.
Velório marcado por comoção
O corpo de Bernardo foi velado entre a manhã e a tarde desta terça (15), no ginásio do Colégio Ipiranga, onde ele estudava, em Três Passos. A cerimônia foi marcada pela comoção de moradores do município de cerca de 24 mil habitantes.
Amigos detalharam rotina de religiosidade do
garoto (Foto: Cristiane Luza/Jornal Folha do
Noroeste)
Colegas de aula estavam presentes na cerimônia. Alguns lembraram que o
menino cultivava a religiosidade em seu cotidiano. “Mesmo diante de todo
o sofrimento que passava, sempre tinha um sorriso no rosto. Ensinou
para todos que era preciso ser forte para superar todas as
dificuldades", disse a estudante Angélica Rodrigues, de 12 anos, amiga
de Bernardo. As aulas no Colégio Ipiranga foram suspensas até a próxima
semana.garoto (Foto: Cristiane Luza/Jornal Folha do
Noroeste)
O suposto distanciamento entre Bernardo e o pai também foi destacado por famílias que conheciam o garoto. As buscas por Bernardo, que ficou desparecido durante 10 dias já haviam mobilizado a comunidade escolar. "Procuramos incansavelmente. Estamos frustrados", comentou a psicóloga do colégio, Denise Helena Escher.
A escola divulgou uma nota lamentando a "cruel morte" de Bernardo e decretou luto oficial de três dias. "O Colégio Ipiranga chora com o partir de seu aluno. O teu sorriso viverá no coração de cada um de nós que aqui estamos chocados com a forma que partiste. Bernardo, que Deus te guarde e que vivas no amor de todos os colegas e professores que rezaram e ainda rezam por ti", diz o texto.
Por volta de 15h, o corpo começou a ser deslocado para Santa Maria, na Região Central do estado, onde residem familiares de Bernardo. No município, ocorrerá um novo velório na Capela do Hospital de Caridade. Na manhã de quarta (15), ele será enterrado no Cemitério Ecumênico Municipal de Santa Maria, ao lado do túmulo da mãe. O sepultamento deve começar às 10h.
Caso corre em segredo de Justiça
A investigação corre em segredo de Justiça e poucos detalhes são fornecidos à imprensa. Em entrevista coletiva, a delegada Caroline Virginia Bamberg, responsável pelo caso, disse que a amiga do casal relatou à polícia onde o corpo de Bernardo estava enterrado.
A Polícia Civil disse ter certeza do envolvimento do pai, da madrasta e da amiga da mulher no sumiço do menino. “Precisamos identificar o que cada um fez para a condenação", afirmou aos jornalistas. Os três estão presos preventivamente por 30 dias em local não revelado por medida de segurança.
O menino foi morto com uma injeção letal, segundo a Polícia Civil, o que ainda deverá ser confirmado pelo laudo. O corpo do garoto passará por perícia, já que foi encontrado em estado de decomposição.
De acordo com a família, Bernardo havia sido visto pela última vez às 18h do dia 4 de abril, quando ia dormir na casa de um amigo, que ficava a duas quadras de distância da residência da família. No domingo (6), o pai do menino disse que foi até a casa do amigo, mas foi comunicado que o filho não estava lá e nem havia chegado nos dias anteriores.
No início da tarde do dia 4 de abril, a madrasta foi multada por excesso de velocidade. A infração foi registrada na ERS-472, em um trecho entre os municípios de Tenente Portela e Palmitinho. A mulher trafegava a 117 km/h e seguia em direção a Frederico Westphalen. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) disse que a mulher estava acompanhada do menino.
“O menino estava no banco de trás do carro e não parecia ameaçado ou assustado. Já a mulher estava calma, muito calma, mesmo depois de ser multada”, relatou o sargento Carlos Vanderlei da Veiga da PRF. A madrasta informou que ia a Frederico Westphalen comprar um televisor.
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