2013/10/20

Presos mais dois acusados de tráfico interno de pessoas




Um dos suspeitos é proprietário de uma casa onde mulheres se reuniram com aliciador antes de viajar para SP

A Polícia Civil do Pará prendeu, na manhã desta sexta-feira (17), mais dois acusados de participar de uma rede de tráfico interno de pessoas, com ramificação em São Paulo. Um deles é proprietário de uma residência em Inhangapi, localidade próxima a Castanhal, nordeste paraense. O local serviria de ponto de encontro com as mulheres que seriam levadas para a capital paulista com o homem que providenciou a viagem. Seis mulheres foram regatadas antes de viajar.

O cabeleireiro José Guedes, 25 anos, foi preso em companhia de Rui Cabral, 28 anos, travesti conhecido como Natasha. Morador de Inhangapi, Guedes é acusado de ser o responsável por aliciar as mulheres para prostituição. Segundo as investigações policiais, a casa dele serviria de ponto de encontro com as vítimas, que recebiam promessa de uma vida de luxo em troca da prostituição. 'Eles prometiam que elas teriam apenas dois clientes por noite e que viveriam em apartamentos de luxo, mas isso não era verdade podendo até ser escravizadas pelos aliciadores', disse a delegada Sandra Veiga.
O acusado seria responsável em fazer a ponte com o paulista Roger Rocha, 44 anos, preso na madrugada de hoje, quando tentava embarcar cinco mulheres no Aeroporto Internacional de Belém. Uma sexta mulher, que iria embarcar pela manhã, também foi resgatada. De acordo com a polícia, o homem se apresentava com o nome de Rubens.
O cabeleireiro negou a participação no crime. 'Eu conhecia as meninas, sabia que elas iam para São Paulo porque contaram, inclusive que elas fizeram uma festa de despedida na minha casa ontem à noite, mas eu não tenho nenhuma relação com esse Rubens, nem conheço ele', disse o acusado José Guedes. O travesti 'Natasha', que foi preso em companhia de Guedes, também negou participação no crime. 'Conheci essas meninas na casa do Guedes e nunca aliciei ninguém', afirmou.
A polícia chegou até os acusados após denúncia anônima. A suspeita é que eles façam parte de uma rede de prostituição que alicia mulheres do nordeste paraense para viajar para São Paulo. 'Sabemos que outras mulheres já foram pra lá por intermédio do Roger, mas estamos começando as investigações. Trata de uma rede que trafica mulheres oferecendo glamour e acaba as escravizando', explica a delegada.
Os presos vão responder pelo crime de tráfico interno de pessoas, com pena de até seis anos de prisão. As mulheres resgatadas foram encaminhadas para a Secretaria de Justiça, onde recebem atendimento social.
Redação Portal ORM

Foto: Bruno Magno (Portal ORM)

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